Herdade Aldeia de Cima | Garrafeira Soares

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Herdade Aldeia de Cima

Herdade Aldeia de Cima


Neste projeto procuram-se as texturas, a mineralidade dos solos, a antiguidade e a tradição

Em família, Luisa Amorim e Francisco Rêgo estão a criar vinhos que preservam a história do lugar, apresentados ao mercado dois anos após a vindima, numa produção pequena que pretende atingir cerca de 100.000 garrafas. Os vinhos da Herdade Aldeia de Cima, clássicos e elegantes, preservam a tipicidade do seu lugar e são vinhos de enorme complexidade oriundos de solos heterogéneos e de castas indígenas e portuguesas.

 Edifício tipicamente alentejano

O imponente Armazém das Ramadas, que Francisco Eduardo de Barahona Fragoso, filho do 1º Conde da Esperança, mandou erguer para as suas ramadas, em 1953, seria o local escolhido, em 2017, para a construção da adega. Para a sua recuperação, o casal Luisa e Francisco falaram com as amigas Ana Anahory e Felipa Almeida, do atelier Anahory Almeida, cuja assinatura e bom gosto são facilmente identificáveis pela forma como trabalham a ligação à cultura portuguesa.

O resultado final - belo, minimal e memorável - conjuga-se na perfeição com a arquitetura marcante deste edifício tipicamente alentejano que prima pelas suas paredes grossas e caiadas a branco que sustentam uma estrutura metálica original com três alas, abraçando um espetacular par de silos no pátio central.

O Mendro de morfologia pouco suave e paisagem invulgar

As terras da Serra do Mendro de morfologia pouco suave e paisagem invulgar são detentoras de uma mancha única de xisto, num contexto de amplitudes térmicas que podem variar 20º C num só dia, partilhando semelhanças com outras regiões vinícolas bem distantes, como Rutherford ou To Kalon, em Napa Valley.

Com uma filosofia de profundo respeito pelos recursos naturais, preservamos os solos pouco produtivos e integramos as suas diferentes culturas de forma ecologicamente sã, atendendo aos nevoeiros e ventos que, vindos do Atlântico, chegam às encostas e ao interior dos vales com velocidades diferentes, originando uma grande variedade de microclimas e, consequentemente, de microterroirs.

 As castas e a diversidades dos 32 microterroirs

Começamos pela cota mais alta na Serra do Mendro com a Vinha dos Alfaiates de onde se avista o vasto horizonte e onde podemos contemplar, maravilhados, a imensidão das terras alentejanas, os olivais e as vinhas, as hortas, os campos de searas e as pequenas vilas e aldeias de Vidigueira e de Beja. Depois passamos ao planalto da Aldeia de Cima, com cotas de 289 a 300 metros, onde se pretende explorar a diversidade de solos com 3 vinhas: Vinha da Família, Vinha de Sant'Anna, Vinha d´ Aldeya.

Na intenção de produzir a tipicidade regional selecionamos castas indígenas e perfeitamente adaptadas à região, com um encepamento de 65% de castas tintas e de 35% de castas brancas, apostando numa viticultura em modo de produção integrada que mais tarde será convertida em produção biológica. E é graças a esta multiplicidade de fatores naturais num contexto único de 32 microterroirs que foi traçado o perfil dos vinhos da Herdade Aldeia de Cima com o objetivo de saborear o Alentejo numa só garrafa.

Alyantiju

 A Herdade Aldeia de Cima tem origem em 1758, mas a vivência cultural e tradicional de que é herdeira tem origens muito mais remotas. No passado da Herdade da Aldeia de Cima ecoam as vozes de fenícios, visigodos, romanos e sobretudo árabes que chegaram no século VIII e dominaram a região durante 500 anos, influenciando ainda hoje a cultura alentejana. Alguns estudiosos descrevem o alentejano como sendo alguém com o espírito de um romano no corpo de um árabe.